Como aprender a ser um bom advogado empresarial - parte 2
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2028
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Como aprender a ser um bom advogado empresarial – parte 2

Como aprender a ser um bom advogado empresarial – parte 2

Esta é a continuação do artigo Como Aprender a Ser um Bom Advogado Empresarial.  Estamos falando das habilidades a serem desenvolvidas pelos advogados empresariais que queiram agregar mais valor para seus clientes. Falamos na primeira parte sobre as habilidades fundamentais e intermediárias e nesta falaremos sobre as habilidades ótimas.

c)         HABILIDADES ÓTIMAS

As habilidades que separam excelentes advogados empresariais dos restantes são as habilidades ótimas. Elas transcendem as tratadas no artigo anterior, aumentando o valor proporcionado pelo advogado exponencialmente.

As melhores maneiras de um estudante adquirir estas habilidades estarão no atendimento em Universidades e, obviamente, no estágio.

Os primeiros andares desta pirâmide funcionam para embasar seu topo, desenvolvendo as capacidades necessárias para criar estratégias complexas que possam concretizar os objetivos do cliente.

c.1.      Compreender Negócios

Entender de negócios é essencial para dar ao cliente melhores resultados. Para saber orientar e desenvolver estratégias, é preciso que o advogado conheça a visão de um empreendedor.

A cadeira de empreendedorismo, com alguns estudos de caso, pode auxiliar neste primeiro passo, além de um MBA em gestão de negócios depois da faculdade.

Entender a empresa cliente com alguma profundidade é muitas vezes a chave para criar uma solução adequada para determinada questão que ela enfrenta. Por isso, estudar negócios e gestão para que o contexto seja facilmente compreendido é muito importante. Senão, o advogado vai sempre precisar que alguém gaste tempo para explicar para ele coisas que não compreende.

c.2.      Entender Pessoas

Toda atividade empresarial se forma em volta de pessoas. São necessárias pessoas para desenvolver e entregar determinado bem ou serviço para o mercado e pessoas para consumir. Para fazer uma empresa crescer e se desenvolver são necessárias mais pessoas em ambos os lados dessa equação.

O advogado empresarial participa da dinâmica de empresas e, por isso, precisa entender as pessoas envolvidas e saber como lidar com elas. Afinal de contas, a realização dos objetivos de seu cliente em geral passa pela satisfação de todos os envolvidos.

Para o bom desenvolvimento de determinada negociação, por exemplo, é preciso entender, pelo menos, quais são os objetivos, pontos de necessidade e o que satisfazem as pessoas envolvidas.

A prática acaba levando o profissional a sempre buscar entender estes aspectos do trabalho antes de começar.

c.3.      Resolver Problemas com Criatividade

A resolução de uma questão passa sempre pela completa compreensão das circunstâncias que a cercam.

Muitas vezes, o cliente chega até o advogado com um conjunto de tarefas que ele entendeu como as mais adequadas para alcançar seu objetivo. Nem sempre a solução escolhida ou a avaliação de risco do cliente é a melhor. Analisar o contexto ajuda a identificar o melhor caminho a percorrer e a função do advogado, no final das contas, é resolver a questão de modo eficiente.

Imaginemos um caso em que o advogado tem um cliente que quer empreender oferecendo crédito no mercado de Osasco (SP). Ele não tem muito capital e pensou em começar como “pastinha”, que é um tipo de promotor de crédito. Ele quer saber como funciona, como pode começar e quais são os riscos da atividade. Claro que responder as dúvidas dele é muito importante, mas o objetivo do cliente é atuar com crédito. Você pode informar para ele que surgiu um novo tipo de empresa, a Empresa Simples de Crédito, que permite que ele empreste para empresas pequenas. Além disso, ela pode ser criada com relativamente pouco investimento. Pode explicar que esta nova modalidade de empresa é bem interessante, pois permite a securitização do crédito. Isso quer dizer que ele será capaz de repassar os contratos com facilidade, reduzindo sua necessidade de capital de giro e eventuais riscos. Estruturando algumas parcerias com gestoras de investimento, esta empresa terá um ótimo projeto a construir.

Por isso, a prática da advocacia empresarial passa pela identificação do cenário existente para, em seguida, progredir para uma resolução. Temos que entender o que está à nossa frente, antes de tomar qualquer providência. No exemplo, o advogado deve explicar para o cliente o cenário e as alternativas, de forma que ele possa realizar seus desejos da melhor maneira possível.

Isso, não raras vezes, demora mais tempo do que uma simples reunião. Advogados mais novos podem, na vontade de colocar logo as mãos na massa, atropelar esta fase, mas esta falta de foco só gera confusão.

Claro, não é a coisa mais fácil explicar para o empresário contratante que ele não está entendendo com clareza um problema que enfrenta em sua própria empresa.

Fora isso, mesmo quando há uma solução evidente, é importante que o profissional busque alternativas diferentes, para que possa decidir pela melhor. Sugerir soluções atípicas, embora mais eficientes, costuma deixar empresários arrojados satisfeitos e os mais cautelosos um pouco preocupados. O papel do advogado empresarial é apresentar uma variedade de boas soluções e explicar suas características para que o empresário possa entender os riscos e benefícios eventualmente envolvidos.

Quando as soluções não são evidentes, o profissional deve buscar em toda a sua experiência de vida para que possa alcançar as metas estabelecidas.

Estudantes de direito podem realizar cursos que lhes apresentem problemas e que os permitam acompanhar o desenvolvimento de possíveis soluções. O aprendizado em um ambiente controlado gera, pelo menos, um risco menor para o empresário desavisado. Além disso, permite que o estudante ponha em teste as alternativas que pensou, sem medo de prejudicar uma empresa.

c.4.      Aconselhar clientes de forma prática

Todo aconselhamento jurídico deve adicionar valor para o cliente.

Por isso, estudantes de direito devem aprender que, antes de dar qualquer conselho legal, eles devem se perguntar:

  • O cliente estará melhor depois de receber seu aconselhamento?
  • O cliente poderá implementar seu conselho com facilidade?

Se ambas as respostas forem positivas, é provavelmente porquê o conselho gera valor para o cliente.

Pragmatismo é algo extremamente importante para o advogado empresarial. É muito comum estudantes de direito saírem da faculdade, sem prática de vida, aconselhando medidas judiciais para todos os problemas. Quem conhece o mundo corporativo sabe o quanto a passagem do tempo pode sair caro. Além disso, soluções mirabolantes podem ser ineficazes ou mesmo carregadas de riscos, que acabam se multiplicando a cada etapa que a solução tenha.

Encontrar caminhos práticos e legais que resolvam questões complexas em curto prazo é desafiador. Mas sem situações difíceis, advogados corporativos de alto nível não teriam como mostrar seu potencial.

Para que as soluções sejam realmente boas, elas precisam ser práticas e executáveis pelo cliente. Afinal, ninguém quer mais um problema em cima daquele já existente.

Estudantes de direito gastam muito tempo para encontrar a melhor solução para uma questão proposta. Isso acontece por estarem ganhando musculatura naquela parte do cérebro que resolve questões complexas. É a habilidade de identificar a melhor solução e parar de procurar que eles precisam desenvolver.

É muito importante que universidades criem espaços para atendimento de empresas, de forma a permitir que estudantes consigam desenvolver estas habilidades em um ambiente controlado. Lá eles aprendem a entender a empresa e as pessoas envolvidas, a definir o problema e a formular uma solução de um jeito prático. O processo no qual o estudante digere toda a pesquisa e investigação e as traduzem em um aconselhamento legal o exercitam na arte de ser prático.

Simulações de casos não são tão benéficas quanto a vida real, ainda mais se estivermos falando de aprender a entender as pessoas e a empresa.

E o estudante se envolve com o caso, pois é sempre uma satisfação resolver uma situação prática de uma empresa cliente. Muitas vezes, a questão é feita com algumas entrelinhas e nem sempre o cliente é aberto a falar sobre certos assuntos. Deixar o cliente à vontade é um desafio e fazer com que ele confie no estudante, uma montanha a escalar. É na dinâmica do mundo que eles vão formar as habilidades para identificar o que fazer com seus conhecimentos técnicos, obtidos no ambiente asséptico que é a Universidade.

Mas a Universidade é um bom espaço para que os estudantes comecem a refletir sobre quem são e o que buscam. Grandes advogados empresariais são como atletas. Eles definem metas e aprendem com seus sucessos e fracassos. Por isso, é importante que possam – ao menos no curto período dos estudos – ter alguma vivência prática.

CONCLUSÕES

Advogados corporativos negociam, rascunham, estruturam, dão pareceres legais, ajudam a minimizar custos regulatórios, aconselham, criam estratégias e resolvem problemas. Tudo isso com um foco: levar seus clientes para suas metas.

Os estudos de Gilson[2], Okamoto[3] e Schwarcz[4] se basearam em valores econômicos que pudessem ser rastreados. No entanto, muitas das funções dos advogados corporativos geram um valor impossível de precificar. Analisar o impacto de uma atuação dentro do mundo corporativo, no final das contas, não é uma ciência exata.

Mesmo assim, cada vez mais surgem negócios e inteligências artificiais fornecendo serviços antes apenas fornecidos por advogados. O ponto crucial para o profissional é não entrar em desespero, mas entender que o mundo exige de nós um constante desenvolvimento. É fácil? Óbvio que não.

O fato é que a técnica do direito empresarial (o entendimento das leis) é algo esperado de todo advogado empresarial. Estudantes que queiram se destacar precisam ser bons solucionadores de questões práticas, pois este é o dia-a-dia da área. Por isso, é muito importante que busquem, enquanto ainda estão na faculdade, participar de atividades que estimulem a análise estratégica de questões. Jogar de xadrez é sempre uma boa opção.

No final do dia, o cliente sabe quem foi que organizou aquela compra de uma empresa de transportes com uma redução de preço, através de uma manobra fiscal. Nesta época em que se fala tanto em inovação, cabe ao advogado empresarial ser mais criativo do que nunca.


[1] Uma das fontes primárias do presente artigo foi:- KOSURI, Praveen, Beyond Gilson: The Art of Business Lawering. Faculty Scholarship, Paper 1572, 2015. Disponível em [ https://scholarship.law.upenn.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2573&context=faculty_scholarship ].

[2] GILSON, Ronald J., Criação de Valor por Advogados Empresariais: Habilidades Legais e Precificação de Ativos, 1ª Edição. Nova York: The Yale Law Journal Company, Inc., 1984. Ver em [ https://www.jstor.org/stable/796226?seq=1#page_scan_tab_contents ] (acessado em 08/10/18).

[3] OKAMOTO, Karl S., Reputation and the Value of Lawyers (Symposium: Business Lawyering and Value Creation for Clients). Oregon, USA: Oregon Law Review, Vol. 74, No. 1, 1995. Disponível em [ https://ssrn.com/abstract=1023644 ].

[4] SCHWARCZ, Steven L., Explaining the Value of Transactional Lawyering. Stanford (CA, USA): Stanford Journal of Law, Business & Finance, 2007, Vol. 12. Disponível em [ https://lsr.nellco.org/cgi/viewcontent.cgi?article=1063&context=duke_fs ] (acessado em 08/10/18).


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Mauricio Hernandez Perez
mauricio@hernandezperez.com.br

Graduado na PUC-RJ, advoga há mais de 10 (dez) anos, sendo especializado em direito civil, com foco de atuação no desenvolvimento de contratos empresariais, gestão jurídico-estratégica de negócios, captação de recursos em fundos nacionais e internacionais e formatação de Fusões e Aquisições.



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